Tekst piosenki 'A Cara da Pobreza' wykonawcy Raposo

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Tô correndo contra todos, cheguei até aqui nessa vida passando sufoco
Gastei minhas cordas vocais de tanto gritar nesse poço pedindo socorro
Agora quem quiser colar comigo, vai voltar para trás só na base do soco
Pode chamar raposo de loco, a mente tá cheia com o coração tá oco

Agora acabou minha paciência, vocês não respeitam a minha vivência
Meti pé na porta eu não peço licença, vai se foder com a sua influência
Aos 13 anos já vendia jornal, na capa só filha da puta boçal
Não tem materia para cultura real, essa cena de rap só tem marginal

A gente cansa de ser iludido, trabalha seu futuro é garantido
Salário mínimo não faz sentido, o seu estado sempre está mentindo
Lembrei daquele arrombado, limpava sua loja, ganhava 300 por mês
Trombei ele lá no mercado e mandei ele socar os 300 o seu cu de uma vez

Perdoa minha mãe eu nunca fui o filho exemplar que a senhora um dia pediu
Mas mesmo com todos esses defeitos, o moleque do rap sempre progrediu
Quando estou sóbrio mando papo reto, morando agora de baixo do meu teto
Preciso manter meu controle para minha cama não virar uma cama de concreto

Tamu 10 anos quebrando correntes, a origem do bronx sempre presente
Julgado na roça por ser diferente, a cada linha do verso é bem transparente
Cuspiram na história dos meus semelhantes, se nos morre de fome é tudo irrelevante
Arrogante ignora, não é importante respeita a luta dos black panthers

E quando a fama chegar, só peço pro meu Deus tomar conta agora do meu coração
Pois a menta vai tá ocupada tomando conta da família e dos meus irmãos
YouTube batendo milhão não é um Porsche, carro de luxo que eu vou portar
Pode print, tirar foto, primeiro a fome do meu bairro que eu vou matar

Diferente do seu candidato que aperta sua mão só na hora do seu voto pedir
Sua baba tá cheia de pelo, e seu malvado favorito nesse filme não para de rir
Pega essa imagem eles ficando putos, metendo umas prata, e uns pano folgado
Eles dizem que querem seu bem, mas não quer os pivetes bonito de pano passado

Todo de ouro se esconde na igreja, aponta meu erro, mas não ver minha peleja
Esse mesmo doutor viu o pretin social, perguntou: Oh! Empregado cadê sua bandeja
Sociedade maldita que impregna o racismo, coração congelado eu sinto sua frieza
Até quando vou ter que aguentar sua nobreza julgar porque eu tenho a cara da pobreza

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